18.3.13

De promessas quebradas.


- Oi.
Virei a cabeça devagar. Não seria fácil encará-lo, mas entendi que dar o primeiro passo e falar comigo também não fora nada fácil para ele. Resolvi dar-lhe aquela chance. Se nenhuma outra, pelo menos aquela.
- Oi - murmurei. Ainda tinha certa dificuldade de olhá-lo nos olhos. Não por medo do que poderia ver ali, mas por receio de que ele visse demais nos meus. Ele se sentou diante de mim.
- Faz tanto tempo. Imaginei te encontrar em milhares de lugares, mas certamente não aqui.- Por quê? É um bom restaurante - dei de ombros. Ele pareceu incômodo por um segundo, mas depois sorriu.
- É um ótimo restaurante. A música é boa e a comida, melhor ainda. Mas foi aqui que nos conhecemos.
- Aonde você quer chegar? Eu deveria evitar esse lugar para sempre?
- Claro que não. Só é bom demais para ser verdade.
- Bom demais? - peguei minha taça de vinho e quase terminei com o líquido tinto de um único gole. Ao invés de me sentir leve, fiquei ainda pior. O homem diante de mim me entorpecia muito mais.
- Você e eu nesse lugar - ele olhou ao redor, mas não pareceu enxergar muita coisa. Seus olhos brilhavam. - É quase como voltar no tempo.
- Exceto que estamos muito, muito diferentes agora.
- Estamos? Não sei, não.
- O que você quer dizer? - franzi o cenho e me arrependi de ter bebido o vinho antes. Agora eu não possuía nenhum meio de escape, nenhuma forma de expulsá-lo de mim por um segundo que fosse.
- Não mudei nada daquele dia para hoje. Continuo encantado por você.
- Meu Deus... - o choque foi tanto que quase me levantei e saí correndo. Ele percebeu minha intenção, pois me segurou pelo punho e começou a acariciar o local em que meu pulso enlouquecia.
- Não se espante tanto. Você continua a mulher mais linda que eu já vi, mesmo após todo esse tempo.
- Por que você precisa mentir assim? É patológico! - tentei me soltar, mas seus dedos não me permitiram. Olhei para uma garçonete que passava ali perto e me distraí observando o caminho que ela fazia. Tudo para não o encarar.
- Não estou mentindo.
- Eu não acredito em você - com raiva, sequei algumas lágrimas que resolveram se materializar no pior momento possível. O pianista começou a tocar uma canção qualquer e tentei prestar atenção, mas a mão dele segurando a minha desviava minha atenção de todo o resto.
- Ouve essa música. Lembra dela? Cantei para você logo depois... Logo depois. Você me olhou de um jeito que ainda hoje me persegue e saiu da minha vida para nunca mais voltar.
- Exatamente: nunca mais.
- Mas eu não sou de desistir, você sabe.
- Foi você quem fez o pedido? Da música.
- Foi.
- Maldito.
Ele sorriu e segurou minha outra mão. Agora eu não poderia mais secar lágrimas nem fugir dele.
- Apaixonado. Arrependido. Louco por você. Me diz... porque você veio aqui?
- Para comer. Sinto fome às vezes, como qualquer pessoa.
- Por que você realmente veio?
Suspirei de um jeito trêmulo e me soltei. Olhei para ele de um jeito dolorido e doloroso. Ele apenas me encarou de volta.
- Eu não conseguia te tirar da cabeça. Não hoje, de qualquer forma. Você está completando trinta e quantos?
- Seis. O tempo voa.
- É... Mas sabe de uma coisa? Ele parou para gente. Naquele dia, quando nos conhecemos. Realmente parou. Foi como se eu estivesse diante do resto da minha vida. Mas você estragou tudo. Você estragou tudo e eu te odeio por isso.
Comecei a chorar de um jeito que nunca havia feito e saí rapidamente para o pátio. Ele, lógico, veio atrás de mim.
- Ei.
- Vai embora.
- Não vou te deixar desse jeito. Já deixei uma vez e não foi agradável - ele se aproximou e me abraçou. Com força. - You coming back to me is against all odds...
- Não faz isso.
- You're the only one who really knew me at all...
- Estou falando sério. Para com isso!
Ele começou a gargalhar e eu senti a vibração atravessando seu corpo.
- Fica tranquila. Não vou te pedir nada que você não possa me dar.
- Então você vai mesmo pedir alguma coisa - suspirei.
- Encare como um presente de aniversário.
- Fala.
- Atenda minha ligação amanhã.
Afastei minha cabeça de seu ombro para poder olhá-lo com atenção. Estava escuro, mas eu podia enxergar seus olhos.
- É esse o pedido?
- É esse.
- Só isso?
- Só.
- Ok... Eu acho.
- Não, você precisa prometer - ele segurou minha cintura de um jeito que eu lembrava muito bem.
- Eu prometo - sussurrei.


10 comentários:

  1. Não sei ainda se gostei :s hahaha, sei lá, achei ele muito chato :p

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    1. acho que ela também acha, porque não quer mais saber dele hahahahaha

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  2. Achei sofrido. Mas, por um motivo ou outro, eu estava mesmo torcendo pra ela não ceder.

    ps: Eu adoro essa música - mas só com o Phil Collins, haha. No máximo a Mariah x)

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    1. posso te bater? darren criss é magia pura! ouve de novo hahaha <3

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    2. não aceito apanhar por causa de glee, hein aysgaysgyasa eu adoro o darren, mesmo, mas essa versão aí nem deu .-.
      mas eu gosto muito da versão dele de bills, bills, bills e uma da whitney, eu acho, que ele cantou num episodio desses.

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    3. A MELHOR VERSÃO EVER DO MUNDO, PARE COM ISSO ><

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  3. UAAAAAAAAAAAAAAAAU! CARA VOCÊ JÁ PENSOU EM SER ESCRITORA? Você escreve super bem! Crie um livro e eu com certeza vou compra-lo só pela tua escrita!
    Linda eu amei teu blog, estou seguindo, pode seguir o meu? Obrigada! (:
    perguntinha: Você sempre escreve?
    Beijocas,
    Cindy, Contos Doces (visite o blog, estou te esperando lá!)

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    1. uau, obrigada mesmo!
      e estou escrevendo um livro! (:
      procura por "marina e nick" aqui no blog. são meus personagens ;)

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  4. Hello! Indiquei seu blog para ganhar um selinho e responder uma tag. Esse selinho tem como função divulgar blogs com menos de 200 seguidores. Espero que goste.
    XOXO' ♥
    Vá até o selinho clicando aqui.

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  5. Adorei o seu blog!Vou dá uma olhada nele todo os dias!
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    Obrigada!
    Beijoos!

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