29.11.11

Fugitiva.



- Ei, por que todo esse silêncio de repente? - ele ergueu o corpo e segurou um cacho dos cabelos dela enquanto murmurava a pergunta.
- Preciso te dizer uma coisa...
- Que coisa? Deve ser importante se conseguiu te deixar quieta por tanto tempo - ele sorriu, mas ela não conseguiu retribuir o gesto. - Ei... O que foi?
- Eu... - ela respirou fundo e em seguida segurou o rosto dele entre suas mãos pequenas. - Eu cometi um erro.

18.11.11

Sobre cores e notas musicais.



Cantando, eu me sinto diferente. Diferente de tudo que eu normalmente sou e mais parecida com o que eu realmente quero ser. Diferente da garota e mais parecida com a mulher. Diferente desse alguém que sofre em silêncio e muito mais parecida com um alguém que não aceita não como resposta, alguém que jamais teria permitido que ele saísse por aquela porta.

14.11.11

Pelo mesmo caminho.

- Oi...
- O que você quer?
- Que voz abafada é essa?
- Nada.
- Você está falando através de um lenço ou algo assim? Porque é o que parece - ele riu.
- Eu... - ela espirrou e não conseguiu terminar a frase, pois outros espirros vieram em seguida.
- Você está doente? Parece gripe. Tomou algum remédio? - ele imediatamente se preocupou.
- Não adiantaria - espirro. - É alérgico.
- Não é possível, alguma coisa tem que fazer você melhorar - ele disse. - Escuta, chego aí em quinze minutos.
- Não, eu... - espirros e mais espirros.
- Tem certeza?
- Vem logo - resmungou.

2.11.11

Um ele pra chamar de meu.



Meu namorado tem um sorriso torto que acelera meu coração sempre que vejo. E ele adora sorrir nos momentos mais críticos, normalmente quando eu já estou derretida por ele. E isso não é raro; estar derretida por ele é meu estado normal.
Odeio quando ele larga a toalha molhada em cima da cama, mas deixo a pia da cozinha cheia de louça suja. Detesto o heavy metal que ele ama, e ele odeia minhas bandas pop. Ele apenas sorri diante da pia e me chantageia pra que a gente limpe a bagunça em uma noite tediosa de sábado qualquer.