28.8.11

Desejo de aniversário.



- Oi.
- Uh... Oi?
Ela deu um sorriso pequeno e tímido, pois sabia que estava roubando o tempo dele. Sabia também que, quando ela se virasse e caminhasse para longe, ele provavelmente nunca mais pensaria nela. Ainda assim, porém, usou aquele sorriso como escudo e seguiu em frente com o que precisava ser feito.
- Sei que você não me conhece - ela apertou as mãos, nervosa -, mas eu admiro muito o seu trabalho.

24.8.11

Selvagem.



- Eu só tenho quarenta e cinco minutos.
- Só isso? - ela reclamou, manhosa.
- Já tivemos uma noite inteira - ele retrucou, e em sua voz havia riso. - Não foi suficiente?
Antes de responder, ela olhou pela centésima vez dentro daqueles olhos dúbios. Não era difícil perceber que ele aproveitara tanto quanto ela o tempo que haviam tido juntos, longe do resto do mundo. Os lençóis, testemunhas silenciosas, ainda estavam enrolados em ambos os corpos, beijando aqui e ali cada centímetro de pele saciada, brincando com poros, pés e passados quase desconhecidos.